Para quem não sabe, hoje é o dia mundial contra a homofobia.
A primeira vez que ouvi o termo homofobia já devia ser crescidinha, com uns 10 anos, e andei durante algum tempo a pensar que homofobia era ter medo de homens (homo+fobia - o meu latim sempre foi mais para o intuitivo...) o que me parecia sumariamente desagradável.
Faz hoje 22 anos que a OMS retirou a homossexualidade das listas de doenças mentais, e, apesar de já não ser considerada uma doença na teoria, na prática o caso pia mais fino e hoje, passados 22 anos desde que essa concepção foi abolida, a nossa lei continua a discriminar os homossexuais, proibindo-os de adoptar uma criança se for essa a sua vontade. Felizmente, o matrimónio já não lhes está vedado, mas pessoalmente acho uma vergonha isto só ter acontecido há coisa de 2 anos.
Apesar de já ter sido esclarecida que não, homofobia não era ter medo de homens (já agora, a isso dá-se o nome de Androfobia), o conceito ainda não conseguiu o meu completo entendimento. Porque raio é que se continua a discriminar homossexuais? Qual é, de facto, a cena? A mim sempre me pareceu muito claro que o ser humano pode ter várias orientações sexuais (heterossexual, homossexual, bissexual) e que a heterossexualidade é, apenas, aquilo que é mais comum. Desde quando é que só por uma coisa ser menos comum é considerada anormal?

Acredito que as coisas estão a mudar, em passos lentos mas seguros. Acredito que as crianças de hoje vão crescer mais livres e tolerantes do que as crianças do meu tempo (apesar de ainda hoje, nos recreios, o termo "gay" seja considerado insulto), e acredito sinceramente que as coisas estão a mudar para melhor. Talvez não tão rapidamente como seria desejável, mas estão a mudar. E acho que é também para nos lembrarmos disso que servem os dias internacionais.
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