3 de setembro de 2010

Maurice



















As minhas férias são muito grandes, mas o tempo encurta sempre. Mas recuemos um pouco:

Adoro ver filmes. Não sou no entanto daquelas cinéfilas veteranas que seguem as últimas novidades, sabem de cor todos os títulos de todos filmes que saíram em Hollywood e Bollywood desde o ano de 1998 e quantas vezes, em média, vai o Leonardo Di Caprio à casa de banho por dia.
Gosto de ver filmes porque sim, quando me apetece, se for no cinema melhor mas não me dedico a um realizador, género e actor muito menos. Como faço parte daqueles 0.5% da população portuguesa sem leitor de DVD e como também faço parte dos 99% que não gosta de os ver no computador mas sim num ecrã que quanto maior melhor, não vejo nem metade dos filmes que queria. Por isso, como também faço parte dos 20% (gostam das minhas sondagens?) que não sabe tirar filmes da net e muito menos legendas (a minha última tentativa foi em Junho, coisa assim, e tirei dois filmes em Francês - nem me aventurei nas legendas - filmes esses que não consigo reproduzir sabe Deus porquê), durante as minhas férias vi UM filme. No portátil, para minha infelicidade, mas com legendas. E adorei.

O filme chama-se Maurice, é de 1987 (recente!), é baseado no romance de E. M. Forster, e tem o Hugh Grant, o que já é meio caminho andado para que fique a gostar do filme, e o James Wilby quando era mesmo, mesmo giro. Mesmo, mesmo.

Passa-se no início do séc. XX, quando Maurice (James Wilby) conhece Clive (Hugh Grant) num clube de discussão da faculdade e se apaixonam. Ora bem, para quem não sabe, no início do séc.XX a homossexualidade, para além de ferozmente condenada pela sociedade, era também crime em Inglaterra. Por favor, se estão interessados em ver o filme, não vejam a sinopse na Wikipédia. Conta o fim.

É uma história que fala de amor mas sem soar a falso, da sociedade, da noção de errado e certo, da família, da amizade, da coragem e da capacidade de seguir em frente (que bonito, mereço um aplauso). Principalmente da amizade e da coragem. Bem, pelo meio e salteado vamos ter a alta sociedade inglesa, irmãs, intrigas, um psicanalista, um padre, caçadores de animais e de outras coisas, polícias vestidos de vermelho, cartas escondidas, rapazes nus e outro elemento também engraçado chamado Alec (Rupert Graves) que passa despercebido até metade do filme, isto sem falar das magníficas paisagens inglesas, muito Jane Austen, com mansões, bosques e grandes propriedades com uma casa dos barcos lá pelo meio. Se partilharem as minhas opiniões acerca da homossexualidade, vêm o filme angustiados. E até tristes, ainda mais porque aquilo é real, acontecia de facto, e acontece ainda hoje, 100 anos depois. Mas isto é tópico para outra conversa. Mais tarde.
Como pontos negativos, tenho de apontar a confusão que o filme pode ser se não estivermos com atenção desde o 1º minuto ao último. A narrativa é muito densa, com cortes e rápidos avanços no tempo, e as três personagens principais são também muito densas do ponto de vista psicológico (complexas!). A minha irmã viu-o à 2ª vez e só aí percebeu muitas coisas que lhe tinham escapado da 1ª, mas isso também pode ser um ponto positivo, eu gosto dessa aura de mistério nos filmes, em que fico um bocado a apanhar do ar e só percebo no final do filme ou quando o vejo outra vez, e outra e outra.

Eu gostei porque tinha a combinação Hugh Grant+bons actores+boa história+tema actual numa época gira. Aconselho a ver. Mas numa televisão em condições, de luz apagada, companhia interessante mas que que não fale demais e, definitivamente, com direito a pipocas.

Vão a correr alugar quando as tardes de sábado começarem a ser chuvosas. Vejam lá não caiam.
Para ver o trailer podem clicar aqui. Não gostei da música piegas que escolheram, mas dá uma ideia do filme. O trailer a sério revela demasiado da história, na minha opinião.

1 comentário:

  1. E quem tirou o filme da net, quem foi? :D
    Nunca é demais dizer que adoro este filme, apesar de que quando o vi pela primeira vez ter ficado um bocado desapontada (estava à espera de outra coisa...). Cada um tem a sua pancada, e eu adoro filmes deste tipo, enfim XD Ainda por cima com o Hugh Grant quando ele era novo e todo bom..ai ai... E o guarda roupa também é interessante :)

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