17 de novembro de 2013

O Mestrado


Quando entrei para a faculdade não me imaginava como psicóloga. Era apenas uma pessoa que gostava muito de psicologia, e que apesar de se ver noutras profissões (enologia, por ex.!), o facto mesmo é que estava completamente apaixonada sobre os temas relacionados com o mundo mental. 
E ainda estou, na verdade. E cada vez mais. Gostei muito do curso, mas no ultimo ano (principalmente devido à alteração do plano de estudos) estava mais desmotivada. Também não me imaginava a dar consultas. Gostava de psicologia, mas queria ter um papel mais direto na promoção da saúde, não queria só "tratar doenças". Também não achava que o individuo devia ser encarado isoladamente, mas sim de uma forma sistémica. E queria estar no campo, "onde as coisas acontecem", e não apenas fechada num consultório - por isso, a escolha do mestrado foi das decisões mais fáceis que já tomei. 

Visão sistémica.
E o mestrado é completamente diferente. Levantar-me às 7h da manhã custa menos porque sei que me esperam aulas entusiasmantes. Daquelas que dão vontade de me formar amanhã e começar logo a trabalhar. E trabalhos como o que estive a fazer hoje (que começa a ganhar forma), com temas que me dão vontade de fazer mestrado, doutoramento, pós-graduações e tudo o mais que houver, e que me fazem sentir que sou capaz de mudar o mundo.  E que me fazem sonhar com o estágio curricular, com o estágio profissional (sim, sou doida ao ponto de já ter pensado no sitio!), com o meu trabalho. Mas que também me fazem sentir insegura ao tomar consciência do pouco que sei e do quanto me falta aprender. 


Antigamente preocupava-me com as notas, com a média, com a época de exames. Neste momento, apesar de ainda serem preocupações relevantes, estão a ser ultrapassadas por preocupações muito mais reais, como por exemplo "e se eu não tiver jeito?", "e se eu for uma péssima psicóloga?", "e se prejudicar alguém?" e, não menos importante, "e se não arranjar emprego?". 

Estou a aproveitar o momento, mas a verdade é que mal posso esperar :)




13 de novembro de 2013

Aceitam-se currículos - a minha lista de marido ideal

A minha bisavó diz-me muita vez (ainda me disse no sábado) que eu nunca me vou casar porque sou muito esquisita e que por isso estou condenada à solteirise inveterada, trinta gatos e tudo o mais incluído no pacote. 

Eu, segundo imagina a minha bisavó. 
A verdade é que não é algo que eu queira: sim, gostava de encontrar alguém que durasse o resto da minha vida toda. Acredito nos relacionamentos para toda a vida e não vejo mal nenhum em querer isso para mim. Sempre me pareceu muito parvo e hipócrita as mariquices de algumas mulheres que põem no facebook (e criam páginas, senhores!) sobre os homens serem assim e assado, e que estar solteira é que é bom, que nunca vão querer casar na vida, que isto e mais aquilo e depois a grande maioria vai-se a ver e chora todos os dias com a cabeça enterrada na almofada.


E para quem acha que não, que me diga, explicitamente e do fundo do coração, que quer acabar sozinha(o). Se houver alguém que pensa assim, que diga sem medos - mas dificilmente eu acreditarei.


Mas principalmente desde que entrei para o mestrado, e principalmente às segundas-feiras (em que tenho Mediação Familiar - divórcios e tal) e oiço às vezes coisas impensáveis de serem feitas e ditas a um ser humano, quanto mais a um ser humano que um dia se amou, chego mesmo à conclusão que posso querer arranjar alguém para a minha vida, mas que mais vale só que mal acompanhada.

Não quero isto, obrigada.
E foi assim que cheguei à conclusão que, apesar de não querer, não tenho medo de acabar sozinha. Que, mais do que me medo de ficar sozinha, tenho um terrível pavor de um dia acordar e perguntar a mim própria "O que fui eu fazer? Foi este o homem com quem casei???". Às vezes sonho que me estou a casar com alguém que não conheço, e acordo a tremer, alagada em transpiração - eu quero alguém muito especial, não quero um qualquer e muito menos um desconhecido!

Tipo, not.

Por isso a minha avó tem razão - sou esquisitinha. Mas esperançosa: por contra o que a minha amiga Ana me disse para não fazer nunca, jamais, em tempo algum, vou fazer a minha...



Lista de marido ideal:
  1. Goste de fazer massagens mas não goste muito de as receber
  2. Cheire bem
  3. Saiba dançar
  4. Goste de gatos
  5. Goste de cobras
  6. Goste de bichinho de conta e joaninhas
  7. Queira ter filhos (mas não mais de dois)
  8. Goste de viajar
  9. Goste de jogar às cartas e jogos de tabuleiro mas não me chateie se fizer jogadas burras.
  10. Não ressone ou faça barulhinhos a respirar enquanto dorme
  11. Goste de ler
  12. Goste de estar em silêncio e não se sentir desconfortável com ele 
  13. Goste de falar
  14. Tenha sentido de humor (mas não dizer gracinhas de propósito)
  15. Não se canse facilmente
  16. Goste de ir comprar roupa (assim compra a minha e eu escuso de voltar às compras na minha vida!)
  17. Não goste de cozinhar (a cozinha é MINHA!)
  18. Goste de limpar e arrumar, mas não seja obcecado com as limpezas - toda a gente sabe que alguma vitamina M é essencial a uma vida saudável.
  19. Não tenha mimimis para se sentar na relva, que adopte a regra dos 5 segundos quando alguma coisa comestível cai ao chão e consiga improvisar uma colher com a tampa do iogurte - e outras coisas do género.
  20. Não seja esquisito com a comida e gostar de experimentar novos alimentos.
  21. Goste de usar camisolas de lã no inverno 
  22. Seja desenrascado
  23. Não ache foleiro os meus post-its no espelho da casa de banho, com palavras fofinhas de bom dia.
  24. Não me faça surpresas que envolvam mais pessoas que eu e ele
  25. Adore as minhas manias
  26. Não tenha medo por eu ser sonâmbula
  27. Que goste de discutir as coisas em que não estivermos de acordo
  28. Que não saia de casa sem me dar um beijo (se for na testa, tanto melhor).
  29. Que goste de abraços
  30. Que diga que gosta de mim pelo menos uma vez por dia
  31. Que me faça sentir bonita e que me ache sexy mesmo de pijama polar e pantufas com bonecos
  32. Que não tenha preguiça ou medo de trabalhar seja no que for
  33. Que saiba pregar um parafuso, mudar uma lâmpada, pintar uma parede, mudar um pneu - coisas assim.
  34. Que me consiga abrir os frascos
  35. Goste de grandes passeios ao ar livre
  36. Goste de viajar, mesmo por Portugal a fora
  37. Não goste (ou não gostar muito...) de praia
  38. Não tenha complexos por ser gordo, magro, vesgo, coxo - eu não quero mesmo saber. A sério!
  39. Acredite na fidelidade e na monogamia
  40. Que não ligue muito a telemóveis, computadores e coisas estranhas touch 
  41. Que goste de ver filmes de todos os géneros, incluindo (e principalmente!) os de animação.
  42. Que me faça companhia ao serão - cartas, filmes, massagens, etc. em vez de computador, facebook, trabalho e outras m*****.
  43. Que não seja workhaolic 
  44. Não precisa ser nenhum Einstein mas precisa de conseguir manter uma conversa acerca de temas interessantes e desconhecidos para mim, e que perceba as minhas piadas que incluam algumas coisas de cultura geral.  
  45. Que goste das minhas futuras tatuagens, inclusivamente aquela do Harry Potter que quero fazer
  46. Que tenha uma mãe simpática e pouco controladora
  47. Que goste dos meus amigos
  48. Que queira partilhar os seus amigos comigo
  49. Que eu goste dos seus amigos
  50. Que seja meu amigo

* lista em expansão...*

Fator eliminatório:
  • Não posso estar apaixonada por ele, nem ele estar apaixonado por mim (ninguém toma decisões acertadas apaixonada, mas também a paixão dura 18 meses no máximo, é questão de esperar).

Em caso de empate, vou privilegiar:
  • Pêlos no peito, especialmente se fizerem um carreiro no umbigo *.*
  • Ter olhos amendoados ("à chinês")
  • Ser ruivo
  • Ter sardas ou muitos sinais
  • Ter os olhos escuros
  • Gostar de palavras cruzadas
  • Tenha uma religião
  • Tenha os dentes direitinhos

Aceitam-se currículos. Não necessita fotografia.

8 de novembro de 2013

A Vida de Pi




Nunca pensei proferir (ou escrever...) estas palavras, mas aconteceu: o meu livro preferido já não é o Fio da Navalha, foi destronado pel' A Vida de Pi. 

Até Março passado, não fazia ideia quem era o Pi, quanto mais o que era a vida dele. Mas o meu amigo Luis fez anos e fomos todos ao cinema ver a Vida de Pi.

Que se tornou um dos meus filmes preferidos de todo o sempre. Onde fiquei pregada à cadeira de tão fantástico que foi. Onde o tempo parou e fiquei completamente absorvida pelo filme, o que já não acontecia há anos. Fora a minha irmã, foi um filme que não foi muito apreciado pelos meus amigos, mas ficou num lugar bem especial do meu coração.


Como a terra do meu pai fica colada a Espanha e dali até Zamora é um saltinho, vamos sempre lá mais do que uma vez. É a única altura em que gosto de ir às compras, pois posso comprar coisas que não há cá (orchata, chá de menta e chocolate, bolinhos da Dulcesol...) e posso ficar meia hora (ou mais...) de volta dos livros de bolso. E olhem que na Espanha há imensoooos livros de bolso, é mesmo por cada livro editado sai uma versão em livro de bolso, muitas vezes a menos de metade do preço. E foi assim que o livro d'A Vida de Pi veio parar às minhas mãos.

Não sei o que possa dizer sobre este livro, a não ser pedir que o leiam! A história é sobre um rapaz indiano o Pi (com uma historia de nome muito engraçada!), cujo pai é dono de um Jardim Zoológico, que ao partir para o Canadá com a sua familia o barco afunda-se, ficando sozinho num barco salva vidas com um tigre de bengala. E mais alguns animais, ao inicio. O resto, vão ter de descobrir sozinhos.


A minha parte preferida? Não consigo escolher, mas gostei muito do inicio, quando PI quer integrar em si todas as religiões. Acho que me revi muito um bocado naquele rapazinho indiano que só quer amar Deus.

E pronto, é isto. Um livro profundo, sem pretensões, com uma linguagem muito simples, com uma narrativa leve e um sentido de humor apuradíssimo. De outra maneira não gostaria dele, se se pusesse a discorrer sobre o sentido da vida, se fosse moralista e se pusesse a brincar com as palavras, petulantemente, demorando uma página para dizer o que poderia ser dito numa linha. É um livro à minha maneira.

Leiam-no. E vejam o filme! E, pela primeira vez, a ordem pode ser ao acaso - não tira a magia nem do filme, nem do livro.


Mas continuo apaixonada pelo Fio da Navalha :)

2 de novembro de 2013

Tatá!

Isto está a tornar-se um hábito: fico mil anos sem escrever, volto a escrever dois ou três posts, volto a desaparecer outra vez. E isto passa de um blogue auto-centrado cheio de conversa de chacha para um blogue igualmente auto-centrado e cheio de conversa-de-chacha, mas de posts esporádicos. Com publicações mais ou menos com o mesmo intervalo que o aparecimento o cometa Halley...