18 de julho de 2013

Milk


Todos já sabem o quanto odeio ver filmes no computador, e a pena que tenho de não ter um leitor de DVD ou uma TV com entrada USB para puder ver filmes na televisão. Dêem-me pipocas, um sofá, uma tv e um filme interessante (e, de preferência, uma companhia pouco faladora, que odeio conversas a meio dos filmes!) e sou uma mulher feliz.
Como aderimos àquilo da fibra da zon ou lá o que é (o que significa para mim: posso ver coisas de até uma semana atrás) posso simplesmente refastelar-me no sofá e escolher um filme de jeito que tenha dado no Hollywood ou na Fox Movies durante a ultima semana. O que, sejamos sinceros, não é muito fácil, aquilo às vezes parece o desfile dos tristes...
E assim, esta semana já vi o Milk e o Ensaio sobre a Cegueira (também vi os Amigos Improváveis, mas porque havia uma promoção em que dava para inserir um código e podíamos alugar um filme gratuitamente). O primeiro foi o Milk.

Aqui está um trailer como eu gosto: curto e sem revelar demasiado sobre o filme!

Confesso que nesse dia nem estava muito para aí virada, queria era um pretexto para comer pipocas XD Por isso, foi a minha irmã a escolher o filme, disse que já tinha visto umas partes e que parecia interessante. E ainda bem, porque as pipocas queimaram-se, mas o filme valeu a pena! 

Não ficaram assim, mas pouco faltou!
Até o filme começar, pensava que ia ser um filme de comédia, mas como começa com a morte da personagem principal (não estou a ser spoiler, está logo ao inicio e além do mais está a história do homem na wikipédia) vi logo que não ia ser bem assim. 
Mas vamos ao filme: basicamente, é a história de Harvey Milk, um ativista dos anos 70 pelos direitos dos homossexuais e eleito supervisor da cidade de S. Francisco (o primeiro homem homossexual a ser eleito a um cargo público na Califórnia, segundo a wikipédia).  A trama desenrola-se no relato do próprio Milk, que decide gravar a sua história numa cassete para o caso de ser assassinado (o que acontece). Aos 40 anos, Milk muda-se com o companheiro Scott para a Rua Castro (que tinha uma grande concentração de homossexuais, vindos de vários pontos do país), em S. Francisco, onde abrem uma loja de fotografia. 

James Franco, giro e sexy, que faz de Scott Smith, o companheiro de Milk. Digam lá se não é para nos torturar! 
Milk tinha como objetivo os iguais direitos das minorias sociais e marginalizados pela sociedade (não apenas homossexuais, mas também negros e mulheres) e a história do filme é a história do movimento gay, iniciado por ele (principalmente contra as campanhas de Anita Bryant e John Briggs)
Entretanto pesquisei mais umas coisas na internet e a realidade ainda foi pior que no filme, há coisas que quase custa a crer que aconteceram nos Estados Unidos e já nos anos 70 (!). Faz-nos pensar que, apesar do quanto ainda falta fazer no campo dos direitos dos homossexuais, ao menos os professores já não são impedidos de ensinar nem as pessoas são presas ou mortas pela policia. Foi uma grande evolução para tão pouco tempo, é de notar. Em Portugal, ainda não podem adoptar (a co-adopção não conta, é apenas uma cantiga para se ir enrolando este assunto, "ó para nós que ainda não fizemos nada mas que parece que já fizemos alguma coisa") mas ao menos já podem dormir relativamente descansados.

Anita Bryant, a brilhar na sua campanha "Save our children". Hunf. Ainda por cima chamava-se Anita ! Segundo algures na net, foi ela que proferiu frases profundíssimas  tais como "Se a homossexualidade fosse normal, Deus teria criado Adão e Ivo" 

Harvey Milk todo florido na vida real, Harvey Milk todo florido no filme
Agora a minha opinião: para quem se interesse pela história do movimento gay e deste género de temas (como eu!) vai gostar muito. Vale a pena pela parte do fim, pelas palavras finais de Milk (que não vou dizer aqui, é surpresa para quem quiser ver!). Mas quem não liga a importância a estes aspectos mais históricos, se calhar vai passar grande parte do filme a bocejar e é melhor ver outra coisa. Como o Ensaio sobre a Cegueira ou os Amigos Improváveis, de que falarei a seguir.

Harvey Milk il même, na sua campanha para supervisor de S. Francisco
E desse lado, quem já viu?

2 comentários:

  1. Conheci o filme porque tive de fazer um trabalho acerca da Homossexualidade na Sociedade, e recomendaram-me o Milk e confesso que acabei por descobrir e basear o trabalho nos acontecimentos do filme.
    Pessoalmente, não gostei da interpretação do James Franco neste filme (se calhar porque achei que foi um desperdício!) ;)

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  2. loool Silvia, tenho de concordar contigo!

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