8 de novembro de 2013

A Vida de Pi




Nunca pensei proferir (ou escrever...) estas palavras, mas aconteceu: o meu livro preferido já não é o Fio da Navalha, foi destronado pel' A Vida de Pi. 

Até Março passado, não fazia ideia quem era o Pi, quanto mais o que era a vida dele. Mas o meu amigo Luis fez anos e fomos todos ao cinema ver a Vida de Pi.

Que se tornou um dos meus filmes preferidos de todo o sempre. Onde fiquei pregada à cadeira de tão fantástico que foi. Onde o tempo parou e fiquei completamente absorvida pelo filme, o que já não acontecia há anos. Fora a minha irmã, foi um filme que não foi muito apreciado pelos meus amigos, mas ficou num lugar bem especial do meu coração.


Como a terra do meu pai fica colada a Espanha e dali até Zamora é um saltinho, vamos sempre lá mais do que uma vez. É a única altura em que gosto de ir às compras, pois posso comprar coisas que não há cá (orchata, chá de menta e chocolate, bolinhos da Dulcesol...) e posso ficar meia hora (ou mais...) de volta dos livros de bolso. E olhem que na Espanha há imensoooos livros de bolso, é mesmo por cada livro editado sai uma versão em livro de bolso, muitas vezes a menos de metade do preço. E foi assim que o livro d'A Vida de Pi veio parar às minhas mãos.

Não sei o que possa dizer sobre este livro, a não ser pedir que o leiam! A história é sobre um rapaz indiano o Pi (com uma historia de nome muito engraçada!), cujo pai é dono de um Jardim Zoológico, que ao partir para o Canadá com a sua familia o barco afunda-se, ficando sozinho num barco salva vidas com um tigre de bengala. E mais alguns animais, ao inicio. O resto, vão ter de descobrir sozinhos.


A minha parte preferida? Não consigo escolher, mas gostei muito do inicio, quando PI quer integrar em si todas as religiões. Acho que me revi muito um bocado naquele rapazinho indiano que só quer amar Deus.

E pronto, é isto. Um livro profundo, sem pretensões, com uma linguagem muito simples, com uma narrativa leve e um sentido de humor apuradíssimo. De outra maneira não gostaria dele, se se pusesse a discorrer sobre o sentido da vida, se fosse moralista e se pusesse a brincar com as palavras, petulantemente, demorando uma página para dizer o que poderia ser dito numa linha. É um livro à minha maneira.

Leiam-no. E vejam o filme! E, pela primeira vez, a ordem pode ser ao acaso - não tira a magia nem do filme, nem do livro.


Mas continuo apaixonada pelo Fio da Navalha :)

2 comentários:

  1. Tenho que concordar contigo, é uma história fantástica que me prendeu à cadeira do início ao fim. Fui vê-lo ainda no cinema e foi dos poucos filmes que me deixou comovida, porque tem o balanço perfeito entre ficção e realidade. Achei que ia ser um filme bastante aborrecido por se passar essencialmente à volta de uma personagem, sempre na mesma jangada, sempre rodeado dos mesmos animais, mas foram provavelmente as duas horas mais rápidas da minha vida. O filme deixa o coração apertadinho. E o Pi tem uma força sobrenatural. É fantástico.

    Agora vou buscar uma caixa de lencinhos de papel e rever o filme.

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