Exames - Desespero e Cabeça num nó.

Lembram-se quando entrei para a faculdade (avivador de memória aqui e aqui)? Nessa altura, estava entusiasmada, mas cheia de medo. Vá, cheia também não (desconfio sempre um bocado de relatos exageradamente aterrorizadores), mas não ouvia impávida e serena o que me diziam acerca da faculdade, que parecia mesmo saído de um livro do Stephen King, com fantasmas, zombies, bruxas e feiticeiros do mal. Parecia que não havia uma única alma que dizesse bem da faculdade (vá, havia uma ou duas mas não mais), mas o facto é que andavam todos contentes, o que deveria ter sido a minha primeira pista.

Ora bem, eis a realidade da faculdade (da minha faculdade até agora, subescreva-se): é uma escola. Uma escola. Com pessoas crescidas. Em que pagamos uma quantia absurda por ano e temos de andar de transportes públicos para lá chegar, mas é uma escola. Com alunos normais, professores normais, disciplinas normais. Ainda ninguém me deu nenhuma dentada no braço, arrancou a cabeça com a força da mente ou me apareceu mascarado de zombie no meu quarto. Temos um nível de exigencia maior, mas é ensino superior. Acho que o nome avisa esse aspecto. Mas ainda não vi ninguém que tivesse morrido extenuado. Sinto-me cansada e com a cabeça num nó muitas vezes (mas já me sentia assim muitas vezes na escola secundária), mas não estou a arrastar-me de cansaço. Continuo a dormir, a divertir-me e a ver filmes (mais do que em toda a minha vida até aqui, na verdade). Os livros é que são um bocado descurados, temos muita coisa para ler e sobra pouco tempo para me dedicar a leitura recreativa, ou como lhe queiram chamar, mas só porque faço parte daquelas pessoas doidas que quando começam a ler um livro (nem que seja um que já leram e sabem o fim) ficam agarradas a ele e que o ouvem chamar o nome delas baixinho, em cima da mesa da sala (ontem ouvi claramente As Memórias de uma Gueixa a murmurarem o meu nome: Ana... AaaaAAAaaanaaaa!) 

Mas não vou mentir: a época de exames é stressante e angustiante ao mesmo tempo. Rou-o as unhas, embirro com pessoas vagarosas (pelo menos do meu ponto de vista), esqueço-me mais das coisas e ando mais na lua do que habitualmente (o que no meu caso em dias normais já roça o patológico). Mas acho que não é desta que me vai dar o fanico!

Daqui a duas semanas falamos, para a parte dois: Notas dos Exames - Desespero ou desesperadamente nas nuvens?

Veremos...